sexta-feira, 24 de abril de 2020

Moro diz que não assinou exoneração e denuncia interferência política na PF

Foto: Sergio Moro / Marcos Corrêa/PR.

O agora ex-ministro Sergio Moro realizou uma entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (24) na sede do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Moro disse que não assinou o decreto em que consta a saída do diretor-geral da Polícia Federal e denunciou interferência política no órgão.

Maurício Valeixo foi exonerado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em Decreto publicado no Diário Oficial da União desta sexta-feira.

Ao fim da coletiva, que durou cerca de 50 minutos, Moro anunciou ainda seu pedido de saída do cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública.

Na quinta-feira (24), ao ser comunicado por Bolsonaro sobre a decisão, Moro avisou que deixaria o governo e afirmou que não poderia aceitar mudanças na chefia da instituição.
Coletiva de imprensa

Moro chegou à coletiva por volta das 11h10. Após cumprimentar a imprensa e servidores do Ministério, o ministro comentou sobre sua atuação na Operação Lava-Jato.

Ele comentou sobre a autonomia da Polícia Federal durante os trabalhos de investigação. Citou o compromisso no combate à corrupção e ao crime organizado e reforçou que assumiu o cargo para buscar um nível de formulador de políticas públicas.

“Trabalhamos duro contra a criminalidade organizada. Claro que estamos sujeitos à crítica e outras opiniões, mas nunca houve um combate tão efetivo à criminalidade organizada como nessa gestão”, disse Moro.

O ministro citou a prisão da maior liderança do PCC que estava há 20 anos foragida, além do recorde de apreensões de drogas. Comentou que houve uma atuação próxima das forças de segurança estaduais e, até mesmo, municipais.

Citou também o fortalecimento da PF e da PRF (Polícia Rodoviária Federal) com a ampliação dos concursos existentes e a criação do Seop (Secretaria de Operações Integradas).

“Investimentos na inteligência e várias outras áreas do Ministério da Justiça também tiveram um bom ganho de efetividade”, disse.

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